sexta-feira, 17 de junho de 2011



E a noite lá fora parece escura. O ar que entra pela janela refresca meu corpo... mas não a minha alma, nunca ela. Tudo dentro de mim está sempre fervendo, em ebulição. E me pergunto a todo momento até onde vou agüentar... até onde vou precisar seguir desse jeito: as cegas. Sem compreender muita coisa, mas desejando ardentemente entender quem sou e o que vim fazer aqui. 

Cada vez mais a certeza torna-se distante. Todos me dizem que é preciso trabalhar, ter segurança, manter-me acomodada. E por Deus, como é difícil. Como eu quero me livrar disso tudo e seguir a mensagem do universo. Como eu gostaria de compreender meu destino, a minha sina, e segui-la sem medo.

Por Deus, como eu queria ver aquele velho amigo e conversar horas a fio. Como eu queria caminhar sozinha a noite com meus pensamentos. Como eu queria abandonar tudo isso para passar alguns dias distante, ocupada apenas de mim mesma. E que me intitulem de egoísta, mas não estou pronta para dar a minha vida a uma causa que não a merece. 

Como eu queria ser livre. 

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Piadas Políticas - Parte II

Considerando a frase mais irrisória da campanha do Serra (“Eu não vou privatizar nada!”), aí vão alguns dados para quem tem bom senso.


Vale citar algumas das privatizações realizadas no governo FHC, tendo José Serra como ministro do planejamento e da saúde e outras realizadas no governo do Serra mesmo:


- Vendeu a Vale do Rio Doce;


- Vendeu parte da Petrobrás;


- Privatizou grande parte das maiores e mais agitadas rodovias federais, resultado: pedágio alto, muito alto;


- Privatizou grande parte do sistema de energia elétrica, resultado: apagão. (Lembra do apagão em São Paulo? Bancos, hospitais, empresas inteiras e até a Bovespa pararam por falta de energia, e isso em uma manhã tranqüila, sem tempestades, ventanias, terremotos ou qualquer outra catástrofe natural – exceto a incompetência das privatizações do governo);


- Privatização da telefonia, resultado: maiores tarifas do mundo! (Não chegava o apagão elétrico agora querem um pane nas comunicações? Quem não sabe que as maiores reclamações de atendimento hoje são do setor de telefonia?!)


- Privatização do Banespa, por um valor menor que o lucro anual! Essa é hilária, mas juro, é verdade;


- Vendeu a Nossa Caixa; (Alguém mais ta P* da vida?)


- Venda da Light; (não é empresa de comida não...)


- Privatização do rio Tietê; (Acha que é brincadeira? Não é não!)


- Venda da Aes Sul (Ceee Distribuição);


- Venda da Bandeirantes a um grupo Português;


- Venda da Celpe ao grupo espanhol Iberdrola;


- Além dessas ainda teve a Cemar, Ceteep, Coelba, Congás, Cosern, Cpfl, Elektro, Eletropaulo, Escelsa, Gerasul, Rge, Bamerindus, Banco Meridional, Banco Real, Bea (Banco do Amazonas S.A.), Beg (Banco de Goiás), Caraiba e Pqu; (Pronto, pode respirar agora)


Agora alguém tenha dó antes de repetir aos quatro ventos que o Serra não vai privatizar nada!

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Piadas Políticas - Parte I


Manchete em todo o país: “Tiririca é o deputado federal mais votado no estado de São Paulo, com mais que o dobro de votos do 2º colocado”
Sua inteligentíssima campanha: “O que é que faz um deputado federal? Na realidade eu não sei. Mas vote em mim que eu te conto. Vote no Tiririca, pior que tá não fica”
Depois ainda dizem que as melhores instituições de ensino estão em São Paulo... agora só faltam os cidadões.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Por algumas poucas vezes





Já vi pessoas reclamando

Dizendo que minutos parece uma eternidade

Por algumas poucas vezes

Desejei que elas estivessem certas

Que o relógio parasse de medir o tempo

E que tudo não fosse nada

Que o sentimento tivesse algum lógica

E que ninguém pudesse contestá-la 

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Tempo (...)

Agora, não "espere ai!"
Não desperdice o minuto
Nada dura para sempre
Apenas o céu e a terra..

Isso vai embora
E todo o seu dinheiro
Não comprará outro minuto
Poeira no vento
Tudo que somos é poeira no vento”

(Dust In The Wind - Kansas)



 

Creio que existem muitas coisas engraçadas, irônicas até, que muitos olhos não podem ver. Chega a ser hilário como as coisas acontecem, como o universo conspira e tece a teia do presente, com longos fios amarrados ao passado e outros, maiores ainda, aguardando pelo futuro.

Me disseram que as pessoas das cidades grandes andam sempre com pressa porque querem dormir uns minutos a mais, brincar com os filhos um tempo a mais, terminar as tarefas do dia para poderem dormir sem preocupações. Fico pensando qual o valor monetário que as pessoas dariam a uma hora de sua vida. Não acredito que alguma delas dirá fielmente que R$30,00 é um bom pagamento.

Diante disso, ainda não compreendo como vendemos nossas vidas a empresas aonde nem gostaríamos de estar. Como aceitamos promoções para termos mais dinheiro quando o que realmente precisamos é de tempo, de amigos, da família, de nos distrair, ir ao teatro, ler um livro, ver uma dança, caminhar sem pensar em nada. Ser sem necessariamente existir. Ser sem necessidade alguma de ter.

Existem muitas coisas que ainda não entendo, algumas tem sua lógica, mas para mim continuam não fazendo sentido. É como colocar uma pena no prato de uma balança e uma pedra no outro, e jurar que a pena é mais pesada. Não porque seja, mas porque desde que chegamos aqui é isso que nos dizem.

“E de pensar nisso tudo, eu, homem feito, tive medo e não consegui dormir”  (Renato Russo)

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Pequena crônica de uma saudade...



Caminhava naquela cidade fria como quem caminha sobre pedras, uma cidade inteira de pedras. Em cada esquina via você, e o ar gelado do início do outono carregava seu cheiro. Em cada restaurante, praça e ponto de ônibus eu via os rastros da sua alma dilacerada, deixando para trás os sonhos agora congelados.  Em cada cartaz espalhado pela rua via seu rosto, horas sorrindo, horas chorando, horas ausente de qualquer sentimento: observando-me.

Nos sebos cheios de livros antigos via suas mãos correndo sobre as prateleiras, tateando os livros, buscando qualquer escrito que não te deixasse recordar de mim.

E quando parti dali com as luzes passando sobre os vidros da janela, minha alma também congelou, enquanto meus sonhos derretiam como pedra de gelo ao sol.

Agora estou longe da cidade, da cidade que te mantém vivo em cada centímetro do meu ser, e mesmo assim continuo ouvindo o tempo todo seus gritos dentro de mim: estou vivo, tão vivo quanto no verão passado.

sexta-feira, 30 de julho de 2010


Sempre penso muito naquilo que os outros dizem, isso me oferece uma visão maior da minha própria vida: de como ela é, de como dizem que deveria ser, e de como eu decido que será.
Equilíbrio. Também falam muito sobre isso, dizem ser a palavra chave para o sucesso: profissional, sentimental e pessoal. Se estiverem certos, que Deus tenha misericórdia de mim.
Enquanto não sei a resposta, continuo procurando. Cavando, mexendo, investigando, pesquisando, desmontando, martelando. Buscando. Nem que para isso precise de centenas de anos - a eternidade está ao meu favor.
Nesta busca incessante, tudo o que encontro pelo caminho são perguntas. Uma pergunta respondida gera dezenas de novas perguntas, e isso vai crescendo em progressão geométrica incessante. Ossos do ofício? Possivelmente.

domingo, 27 de junho de 2010

“Quando você acha que sabe todas as respostas, vem a vida e muda todas as perguntas”




Creio que isso faça parte do eterno aprendizado que é a vida. Quando tudo parece se encaminhar e você crê que irá ter socego por algum tempo, tudo muda e você está novamente no olho do furacão.

Não que isso me desagrade (não totalmente), mas as vezes penso que alguns dias de socego seriam ótimos. Um tempo longe do meu mar agitado, do furacão interno, do terremoto que destrói para depois ser reconstruído. Ainda assim, um tempo seria bom.

Por alguns momentos acreditei que estava tudo no seu devido lugar, e que nada era maior do que aquilo que observava – o que acreditem, já era grande demais para mim. E então, tudo muda: o que era grande se torna imensamente maior, o que era limitado se torna infinito, o que eu não via, agora vejo.

E quanto mais clara as coisas ficam, menos vontade tenho de ficar aqui. Uma batedeira e seus garfos. E eu? Bem no meio. Cada qual me arremessando em diferentes direções… uns tentando me tornar homogênea, parte da massa: indivisível. Outros, me mantendo inquebrável, totalmente heterogênea: como óleo na água.

E se fosse apenas isso! Haaa, como eu queria que fosse. Minhas verdades indivisíveis caem por terra o tempo todo, e cada vez é mais difícil acreditar que existam verdades absolutas, que tudo quanto acredito é estático. Fácil seria se assim o fosse. 

segunda-feira, 14 de junho de 2010


O ventro sopra forte lá fora. As copas das árvores balançam freneticamente, entrando em contraste com a tranquilidade da noite. Ou ao menos, com a tranquilidade que deveria haver durante a noite.

Fazia tempo que não tinha insônia, e como tornou-se costume, essa vontade louca de escrever nunca tem hora marcada para vir ou ir. Apesar dos incovenientes que isso pode me causar, é uma das coisas que mais gosto em mim, essa vontade indefinida, que horas vem, horas vai... chega sem aviso e sai sem despedidas. Dona de si mesma, rainha do meu ser, a quem confio todos os segredos que tento esconder de mim mesma.

Um amontoado de fugas que permite me encontrar, viver sem enlouquecer.




Saída de Emergência

Minha válula de escape,
A bússola do meu norte.
Uma máscara de ar,
Aquela escada de incêndio.
Todas as saídas, as tentativas de fuga, me trazem até aqui. 
Penso como seria sem o ar que transpira por essas linhas rabiscadas no meio da noite. 
Se viver é isso, respirar sem máscara de ar ou válvula de escape, nem quero pensar no que chamam de morte. 
Permaneço, sem saber por onde começar. De onde estou tudo o que sei é que não posso parar. É que não consigo. 

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Sexta, oba!?




Sexta-feira. Costumo gostar desse dia da semana, não por ser sexta-feira, mas por anteceder o final de semana. E quem não gosta dos finais de semana? São sempre bons, o extremo de tudo. Um final de semana pode ser extremamente divertido, extremamente melancólico, extremamente chato, extremamente extremo. Pode ser tudo ou ser nada, são os dias da semana em que mais nos permitimos fazer o que gostariamos de fazer, quando costumamos tirar as máscaras e pular o carnaval de nossas vidas. 


No rádio toca "Reboletion", linda letra. Linda música. Literalmente, pra ninguém ficar parado... dá vontade de correr. Enfim, Reboletion é bom, bom, bom bom bom. 


Deixo isso de lado e olho pela janela, plantações, casas e árvores passando rápidamente pelos vidros empoeirados. Não gosto do balanço do ônibus, me lembra longas viagens... onde o tempo se arrasta e o destino está sempre "a alguns kms". 


Agora vejo um lindo campo verde, enorme... até onde os olhos não podem alcançar. Como plano de fundo o céu azul, algumas nuvens brancas se arrastando sofridamente, estiradas ao longo do mar azul que cobria o campo. Depois disso não há mais palavras, tudo se esgota e torna-se insignificante diante da beleza que vemos diariamente, e que poucas vezes paramos para observar. Hoje é um daqueles dias em que paro para observar tudo isso, e aniquila-se em mim as palavras, degraus insuficientes para alcançar a descrição do que observo. Então abstenho-me, apenas observo.